Eu sou linda como eu! #nãocompare

Oi amoreees! Hoje é dia de falar sobre autoaceitação. Esse é um quadro do nosso blog que conta histórias reais, de pessoas que já passaram por momentos ruins na vida, mas hoje conseguem se olhar de forma diferente. Uma forma que não a machuca mais!
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Nunca é fácil falar sobre algo que nos atingiu, escrevi e reescrevi para mostrar um pouco do que eu passei e ajudar as pessoas a não passarem por isso. 

Minha história!
A minha família é formada por brancos, morenos e negros, nenhuma das mulheres aceita o cabelo como ele é, então não tive uma inspiração próxima.
O primeiro desafio que eu tive foi quando eu e minha prima brincávamos e ela me dizia que eu não poderia ser a Barbie por ser negra e sempre batia na tecla “você tem o cabelo ruim”, imagina isso na cabeça de uma criança!? Eu não entendia o porquê eu não era branca ou porque não tinha o cabelo liso, eu não queria ser como eu e sim como ela achava que era. “Um castigo foi ter nascido feia”.
Aos 8 anos meus dentes da frente começaram a cair e nascer, só que eu não tinha espaço porque meus dentes de leite eram bem pequenos, então eles nasceram tortos e virados. Na escola sofri com o apelido que um garoto me deu: “dente torto”. Quando eu ouvi isso pela primeira vez eu fiquei paralisada não acreditava que isso estava acontecendo. Logo isso foi resolvido com muita dor, quando minha mãe me levou para colocar aparelho – que usei até os meus 14 anos.
Na quinta série eu sentia a necessidade de ser elogiada e ser percebida, porque eu me sentia inferior as minhas amigas por ser muito magra e elas terem o “corpão”, minha autoestima estava lá em baixo. Eu tinha que fazer algo! Então comecei a alisar o cabelo. No começo era só chapinha, eu ficava duas longas horas sentada sentindo dor de cabeça para minha mãe deixar ele bem liso.
Recentemente minha mãe me lembrou de que meu sonho era ter uma calça jeans apertada, e essa era a segunda forma que eu me sentia bonita e que na minha cabeça pequena reparariam em mim. Na verdade, só consegui uma calça apertada aos 16 anos, e por isso principalmente minha família me dizia “você não come, vai morrer com anemia”“você é tão magra que não sei onde termina a coxa e começa a canela”.
O que eu acho mais engraçado é como as pessoas são toscas. Elas nunca foram magras, ou como se todas fossem lindas e não tivesse nenhum defeito. O mais engraçado é como são egoístas e só pensam em si mesmas, não pensam que um comentário ridículo desses pode ferir alguém, ferir realmente. Pessoas se suicidam constantemente por não se acharem o suficiente. Isso tudo porque muitas das vezes as pessoas só sabem falar mal, mas na verdade todos nós só precisamos de um elogio sincero.
Enfim, aos 15 anos decidi não fazer mais progressiva, por livre e espontânea vontade. Acordei decidida e fui pesquisar cuidados, finalizações, produtos, etc. Eu já não sabia como meu cabelo era depois de anos com ele liso, e me surpreendi e me amei dessa forma. Voltando a falar, sim, constantemente escuto “nossa seu cabelo está muito cheio”“você pode fazer um corte que reduz o volume”“no salão que eu vou tem uma hidratação maravilhosa que deixa o cabelo brilhoso e sem volume”. Hoje não penso nem em fazer chapinha para matar a vontade que dirá alisar novamente, não me vejo mais de cabelo liso e amo meu cabelo volumoso.
Com relação ao meu corpo eu demorei a entender que essa é minha genética, e minha estrutura corporal é ser magra. Não vou mentir dizendo que é fácil se amar sempre e como você é. Até hoje eu lido com isso, porque não é fácil você achar uma roupa linda e ela não ficar linda em você, por falta de peito ou de corpo.
Só que não me comparo mais. Eu sou linda como eu e não como ela!

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